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Um artigo direcionado a executivos, empreendedores, estudantes, professores e profissionais interessados em entender e atender as necessidades e os requisitos de seus clientes, canais e consumidores. Em minhas conversas, os executivos de Supply Chain consistentemente mencionam a falta de atenção dos líderes para com a área de supply chain, e quando o fazem o foco está no corte de custos. Insisto em que Supply Chain é uma área estratégica na organização e não simplesmente operacional. A experiência do cliente, passa pela habilidade de se operar estrategicamente a cadeia de abastecimento. Não sem razão, Steve Jobs contratou Tim Cook para ser o comandante da área na Apple para posteriormente vir a ser o Presidente, um dos primeiros – diga-se de passagem – oriundo de Supply Chain. Tim Cook, pensou estrategicamente. Fechou fábricas e centros de distribuição, e otimizou os níveis de estoques. Terceirizou as operações. Atualmente, mais e mais se reconhece que a vantagem competitiva da Apple e seus resultados financeiros advém das estratégias implantadas na cadeia de abastecimento. Outros presidentes de empresa vieram das funções de supply chain, tais como: Mary Barra da General Motors, Alan George Lafley da Procter & Gamble, Brian Krzanich da Intel, João Paulo da Natura para elencar alguns.
O Supply Chain é responsável pela maior parte dos custos de uma organização – cerca de 70%. Adicionalmente, por ser uma área onde se consome uma larga quantidade de recursos, deve ser visto de uma forma holística, pois as iniciativas para a sustentabilidade começam por aí. Quando menciono a palavra holística quero enfatizar a relação entre clientes e fornecedores, estabelecendo uma comunicação global abrangente, eficiente e responsável com o pensamento voltado para o ecossistema. As lideranças devem olhar o sistema como um todo e incorporar em suas estratégias as inovações necessárias para a vantagem competitiva levando em conta a sustentabilidade.
Para responder a esta pergunta, não tão trivial, algumas reflexões devem ser feitas olhando a organização de maneira abrangente e questionar alguns aspectos sumamente importantes, ou seja, fazer perguntas inteligentes para si próprio.
Estas perguntas vão encontrar suas respostas no conhecimento e sabedoria de como se comporta a cadeia de abastecimento interna e externa, conectada com fornecedores, colaboradores, distribuidores e clientes. Nunca despreze a supply chain dentro de sua cadeia de valor.
Muitas vezes, armazenar e distribuir embora sendo elementos de vantagem competitiva para a organização, não é o seu “core business”. Eventualmente, terceirizar pode ser uma opção, tanto do ponto de vista de transporte como de armazenagem e porque não de fabricação. Calma, não reaja negativamente. Esteja aberto a novas perspectivas. Existem empresas altamente capacitadas, mais que a sua, que atuam em diversos segmentos oferecendo serviços logísticos e de produção diferenciados e permitindo que a sua empresa se foque em suas atividades primordiais e de maior competência. Muitas são as organizações de mercado que preferem utilizar empresas externas para realizarem suas atividades operacionais, tais como Apple, Hewlett-Packard e Nike em contratos de fabricação e Unilever, Natura, entre outras nos serviços logísticos, citando apenas algumas. Me desculpe, tem tantas e você pode elenca-las enquanto lê este artigo.
Promover estratégias disruptivas organizacionais e que afetem diretamente os aspectos financeiros da organização demanda tempo e habilidades administrativas, além de elevada capacidade de liderança interna e externa. Adoro esta parte, pois gosto de desafiar as pessoas a irem além de suas brilhantes habilidades.
Estas iniciativas demandam um forte comprometimento de toda a organização, principalmente do alto escalão. E cá entre nós. Não é só a “tchurma” do Supply Chain.
O supply chain tem se tornado um gargalo significativo para todas as organizações, independentemente do segmento. Afinal, é uma fonte enorme de consumo de recursos. Não raro, as organizações se preocupam somente com seus problemas operacionais e não pensam no futuro. Estão atacando os problemas de forma permanente. Tais atividades impactam diretamente a relação com fornecedores e clientes e não permitem encontrar tempo para planejar. E aí, os meus amigos supervisores, gerentes e diretores com habilidades fantásticas, não possuem tempo para pensar a estratégia que seguramente faz parte de suas métricas. Contudo o redemoinho operacional que suga toda a sua energia e tempo acaba predominando. Perdem seus empregos, não por capacidade, mas por falta de foco e muitas vezes de coragem. Liderança meu caro. Liderança.
A empresa fica constantemente “matando os seus leões diários”; expressão esta já incorporada no cotidiano dos profissionais. Uma pena. Enquanto nos preocupamos apenas em resolver os problemas operacionais estamos reduzindo o tempo para planejar, otimizar e repensar novos modelos de negócios. Afinal o mercado é dinâmico e demanda constante vigilância e transformação.
Identificar as causas de problemas e baixo desempenho não é para qualquer um. É uma habilidade que requer conhecimento, experiência, disciplina, relacionamento e liderança. Nas minhas “falas” com os colegas de área, os principais problemas que emergem são os apresentamos a seguir.
A lista anterior não esgota as possibilidades. Prestar atenção na concorrência e acima de tudo na vantagem competitiva para se diferenciar no mercado é fundamental. Não se diferencie apenas em termos de produtos, mas também em como funciona a cadeia de abastecimento e seus processos. Produtos bons podem “morrer” por não chegar ao mercado no momento adequado e de uma forma eficaz.
Resultados podem ser extremamente positivos quando existe um processo de comunicação eficaz. Tais práticas podem influenciar positivamente inclusive os esforços da equipe de vendas. É sabido que muitos problemas de entrega afetam as atividades de vendas. Os vendedores são obrigados a resolver problemas logísticos, tirando a atenção e o foco de sua atividade principal, que é vender.
Tenho mencionado em minhas palestras e reuniões que para progredirem nas organizações os profissionais de supply chain devem falar a linguagem do CEO (Chief Executive Office). Palavras como receita, margem e capital de giro devem ser utilizadas conjuntamente com nível de serviço, acurácia de estoques e rotatividade de estoques para citar algumas. Há que se mudar a cultura, entender as transformações e tendências políticas e econômicas, além das mudanças no âmbito social. Líderes de Supply Chain devem agregar valor não apenas no contexto da cadeia, mas para o negócio como um todo. Ah e devem ser líderes de verdade e não líderes de posição onde o “respeito” dos liderados vem por falta de opção. Que a força esteja com todos.